celula-tronco

As células-tronco são definidas como células indiferenciadas que possuem a capacidade de se dividir indefinidamente (auto-replicação) durante toda a vida do organismo. Quando submetidas a estímulos ou condições ideiais, desenvolvem a capacidade de se diferenciar e originar células especializadas dos tecidos constituintes do organismo. (WEISSMANN,2000;HUCHO,2001;WOBUS,2001;BOHELER,2005).


Essas células podem ser embrionárias ou adultas. As células-tronco embrionárias são encontradas em estágios iniciais pós-fertilização, podem ser classificadas como pluripotentes ou totipotentes, dependendo do seu potencial de diferenciação. As células-tronco adultas podem ser extraídas de diversos tecidos adultos, como medula óssea, sangue, fígado, sistema nervoso, epitélio, cordão umbilical, placenta, tecido adiposo, entre outros. São consideradas adultas, devido sua capacidade de diferenciação ser limitada, não sendo possível a formação de todos os tipos de tecidos de um indivíduo.


Células-tronco adultas, compartilham características que as definem como tal: podem fazer cópias idênticas de si por períodos de tempo longos e indeterminados; essa habilidade de proliferação é conhecida como auto-renovação a longo prazo e pode gerar tipos celulares intermediários pré-diferenciados que possuem características morfológicas e funções especializadas.


Provavelmente, as células-tronco mais potentes em um organismo adulto mantenham-se indiferenciadas desde estágios iniciais do desenvolvimento, porém estão sob o controle do microambiente que sinaliza para uma especialidade celular de acordo com o contexto tecidual. Já na condição de cultura, tais células são estimuladas por diversos fatores que não existem em seu ambiente de origem e que alteram o seu comportamento. Em um futuro próximo espera-se recrutar céluas-tronco presentes no próprio tecido lesado, a fim de que elas se dividam e reparem o dano. Até lá, muitos estudos devem ser realizados no sentido de compreender a natureza das células-tronco e sua importância.



ALGUNS TIPOS DE CÉLULAS-TRONCO ADULTAS




CÉLULAS-TRONCO DERIVADAS DA MEDULA ÓSSEA

Compreendem a população de células multipotentes mais bem caracterizada que se conhece. Demonstram a capacidade de reconstituir as linhagens sanguíneas e recuperar receptores letalmente irradiados pós-quimioterapias, também podem se diferenciar e se integrar a músculo esquelético, miócitos cardíacos, endotélio vascular, células hepáticas, tecidos, cérebro, entre outros.



CÉLULAS-TRONCO HEMATOPOIÉTICAS

São células da linhagem sanguínea responsáveis pela manutenção constante e a proteção imune de todos os tipos celulares do corpo. A partir dessas células-tronco, as células se comprometem com uma das três linhagens distintas de células precursoras: mielóide, linfóide, em resposta aos fatores de crescimento humoral e citocinas específicas presentes no local.



CÉLULAS-TRONCO MESENQUIMAIS

Localizam-se no estroma da medula, são pluripotentes e progenitoras de todos os tipos de tecidos mesenquimais e não mesenquimais in vitro e in vivo. Após isolamento e expansão mediante cultivo, são capazes de se diferenciar em vários tecidos celulares como, osso, cartilagem, gordura, músculo, tendão, fígado, rim, coração e várias células neuronais. As CTMs geram interesse crescente devido ao seu uso potencial na medicina regenerativa e na engenharia tecidual. Apesar disso, os mecanismos que governam a auto-renovação das CTMs e a diferenciação da multilinhagem não são bem compreendidos e remanescem uma área ativa de investigação.




TERAPÊUTICA

Com o desenvolvimentos das pesquisas a mais de dez anos, os estudos com células-tronco tem feito enormes avanços no sentido de torná-las uma opção de tratamento clinicamente aceitável. Uma abundância de dados pré-clínicos tem demonstrado segurança, viabilidade e eficácia, justificando a recente entrada da terapia com células-tronco humanas no campo clínico. Esta área da medicina tem aberto perspectivas inovadoras para o tratamento de doenças crônicas-degenerativas. A medicina regenerativa, portanto, consiste na utilização de células, fatores de proliferação e biomateriais que permitem ao próprio organismo reparar tecidos e órgãos lesados.




LEGISLAÇÃO

No Brasil, segundo lei 11.105/05 do dia 24 de Março de 2005, permite utilização das células-tronco, para fins de pesquisa e terapia.




CONSIDERAÇÕES GERAIS

O uso das células-tronco para regeneração ou reparo de tecidos é uma das áreas mais promissoras na pesquisa biomédica. A proposta da medicina regenerativa baseada em células do próprio paciente é de crescente interesse. Entretanto, importantes questões ainda necessitam ser solucionadas. Essas questões incluem a definição de estratégias que possam ser utilizadas para direcionar as células-tronco a se diferenciarem no tecido em questão, a otimização dos protocolos de enriquecimento e purificação de populações de tipos celulares específicos, o desenvolvimento das técnicas de cultivo celular em grande escala e as questões éticas e legais.




REFÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

1. Pasqualotto,F.F. CELULAS-TRONCO – VISÃO DO ESPECIALISTA. Editora da Universidade de Caxias do Sul, Caxias do Sul-RS – 2007. 2. Oliveira,L.A.C, Sponchiado,G.,Adam,M.L. CONCEITOS E APLICAÇÕES DE CÉLULAS-TRONCO EM MEDICINA REGENERATIVA:UMA VISÃO. RUBS, Curitiba, v.2, n.2, p.32-42, abr./jun. 2006

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