1. QUAL A DIFERENÇA DOS DIFERENTES MÉTODOS PARA A OBTENÇÃO DO PRP?
Existem várias técnicas para realização do PRP e inclusive produtos importados cuja técnica é bastante simples, porém com diferentes concentrações de plaquetas e custo alto. O que viabiliza a técnica é a presença de cerca de 1.000.000/ul plaquetas no concentrado final e a ausência de outras células, como hemácias e leucócitos que em alto número podem causar prejuízo ao tecido que se pretende reparar.
2. PRP É O MESMO QUE APLICAÇÃO DE CÉLULAS TRONCO?
Não. São procedimentos diferentes. PRP é um concentrado de plaquetas, as quais guardam dentro de suas organelas os fatores de crescimento, que irão agir na proliferação e diferenciação celular, contribuindo para o reparo de uma lesão. As plaquetas são encontradas no sangue circulante.
As células tronco são células indiferenciadas, pluripotentes que devido ao estímulo sofrido, desenvolvem a capacidade de se diferenciar e originar células especializadas dos tecidos constituintes do organismo. Podem ser adultas ou embrionária. As células tronco adultas podem ser extraídas de diversos tecidos adultos, como a medula óssea e a gordura.
3. AUTOHEMOTERAPIA É O MESMO QUE APLICAÇÃO DO PRP?
Não. A autohemoterapia consiste em extrair o sangue total do paciente e transferir este material colhido para uma área do corpo, sem nenhum preparo prévio. Este procedimento não é reconhecido pela comunidade médica. O PRP consiste na separação de células específicas para o reparo tecidual, e é muito usado no meio médico, inclusive com uma gama de artigos na literatura.
4. EXISTE A POSSIBILIDADE DE SURGIR OUTRO TIPO DIFERENTE DE TECIDO ONDE SE APLICA O PRP, POR EXEMPLO, CRESCER TECIDO ÓSSEO QUANDO SE APLICA PRP NA LESÃO MUSCULAR?
Não. As células que proliferam são estimuladas no próprio tecido, são ligadas por receptores da membrana celular das células principais. Apenas ocorre o processo de reparo e cicatrização normal do organismo, de forma mais acelerada, pelo número grande de plaquetas a que foi submetido o tecido.
5. EXISTE ALGUM RISCO DE REAÇÃO OU HIPERSENSIBILIDADE NO PACIENTE APÓS A APLICAÇÃO DO PRP?
Não. O PRP é processado com o sangue do próprio paciente, por isso a denominação “ plasma autólogo”.
6. O PROCEDIMENTO PODE SER REALIZADO POR QUALQUER PROFISSIONAL?
Não. Os profissionais habilitados a realizarem este procedimento são biólogos, biomédicos e farmacêuticos. Somente estes possuem a formação acadêmica necessária para manipular material biológico.
7.TODO O MATERIAL QUE É UTILIZADO NO PROCEDIMENTO DEVERÁ ESTAR ESTÉRIL?
Sim. Todo o material utilizado no procedimento deve estar estéril, inclusive o local onde se prepara o concentrado. O profissional deve conhecer bem as técnicas de higienização das mãos e preparo do ambiente. Deve ocorrer em local apropriado, centro cirúrgico ou clínica com sala limpa para procedimentos.
8. POR QUE NÃO É RECOMENDADO O USO DE ANTI-INFLAMATÓRIO APÓS A APLICAÇÃO DO PRP?
O uso do anti-inflamatório reduz o processo de inflamação que se pretende provocar, necessário para o mecanismo de reparo do tecido.
9. EXISTEM EVIDÊNCIAS CIENTÍFICAS SOBRE O USO DO PRP?
Sim. Depois de muitos anos de pesquisas e ainda hoje com muitas em andamento, podemos encontrar artigos com nível 1 de evidência para tratamento de tendão e reparo ósseo.
- D. Dallari, MD2; L. Savarino, BSc2; C. Stagni, MD2; E. Cenni, MD2; A. Cenacchi, MD2; P.M. Fornasari, MD2; U. Albisinni, MD2; E. Rimondi, MD2; N. Baldini, MD2; A. Giunti, MD2. Enhanced Tibial Osteotomy Healing with Use of Bone Grafts Supplemented with Platelet Gel or Platelet Gel and Bone Marrow Stromal Cells. The Journal of Bone & Joint Surgery. 2007; 89:2413-2420 doi:10.2106/JBJS.F.01026
- Joost,Peerbooms, J. Sluimer, D.J.Bruijn, T. Gosens. Positive Effect of an Autologous Platelet Concentrate in Lateral Epicondylitis in a Double-Blind - Randomized Controlled Trial: Platelet-Rich Plasma Versus Corticosteroid Injection With a 1 –Year. Am J Sports Med 2010 38: 255 DOI: 10.1177/0363546509355445.
10. QUAL É A DIFERENÇA DE PRP E COLA DE FIBRINA?
O PRP é um concentrado de plaquetas, que pela ação dos fatores de crescimento contribuem para o reparo do tecido lesado, de forma acelerada. Também vascularizam regiões onde não há fluxo intenso de sangue, dificultando a cicatrização e reparo.
A cola de fibrina é uma cola biológica, vendida comercialmente, mas que pode ser conseguida com a técnica do PRP, apenas é um plasma diferente, livre das células, rico em fibrinogênio e proteínas de adesão, ajuda a selar o tecido envolvido. Muito eficiente em caso de feridas e fechamento cirúrgico. Deve-se prestar a atenção com produtos que se apresentam como PRP mas que somente possuem a função de cola biológica, não apresentando o volume ideal de plaquetas, presentes no PRP.